Vou Encontrá-la!
As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo. Cantares 8:7
– Onde fica sua casa? – perguntou a Sra. Crowther, missionária, a um menino que encontrou no mercado.
– Em Yorubaland – respondeu o garoto. – Uns homens portugueses me sequestraram enquanto eu brincava na praia com uma tartaruga. Fui libertado em Freetown, Serra Leoa.
– Onde está sua mãe? – perguntou a missionária.
– Umas pessoas me disseram que ela saiu de Yorubaland, mas não sabem dizer para onde foi. Algum dia vou encontrá-la e, quando isso acontecer, ela ficará orgulhosa de mim. Vou aprender a ler e me tornarei alguém importante.
– Eu poderia ajudá-lo – ofereceu a Sra. Crowther. – Se você me ajudar nas tarefas da casa, vou ensiná-lo a ler.
– Está bem – concordou o menino. Dentro de seis meses, ele já conseguia ler a Bíblia. Seus pais adotivos lhe deram um nome cristão, Samuel Crowther.
Ele estudou bastante e acabou se tornando sacerdote. Em 1864, foi ordenado bispo, o primeiro bispo nativo na África. Ele traduziu parte da Bíblia para a língua de Yoruba.
Mas todos os dias ele pensava em sua mãe. “Como gostaria de encontrá-la! Ela ficaria tão feliz ao conhecer Jesus!”
Por onde Samuel viajava, prestava atenção nas mulheres que encontrava, com a esperança de que uma delas fosse sua mãe. Os anos se passaram e o cabelo de Samuel começou a ficar grisalho. Um dia, voltando para casa, encontrou uma senhora de Yoruba à sua espera.
– Quero ser batizada – disse ela simplesmente.
Ele olhou com atenção para a mulher. Alguma coisa naquela senhora fez com que seu coração batesse um pouco mais forte.
– Onde a senhora nasceu? – perguntou ele. – Teve um filho que foi levado por mercadores portugueses de escravos, enquanto brincava na praia com uma tartaruga?
– Sim – disse ela, com lágrimas nos olhos.
– Eu sou aquele menino – contou Samuel. Seu sonho se realizava. Teve a alegria de batizar a própria mãe. Deu-lhe um nome cristão, Ana. – Porque a senhora é a mãe de Samuel – explicou ele.
Sendo Amigos
O verdadeiro amor não desiste. Perdura até o fim. Apega-se à esperança.